Eita, uma visão sobre…

Fernando Aguilar
2 min readSep 28, 2017

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Almas gêmeas

Estruturar um pensamento permite com que eu consiga definir uma relação efetiva entre nós e o universo. Alguns segredos são mantidos assim por não serem de fácil compreensão e compartilhamento, outros são compartilhados a todos como um bem coletivo.

O que me faz questionar minha identidade deixou de ser a visualização de quem eu desejo ser, hoje compreendo a mutabilidade das coisas e me permito apenas ser, sem julgamento ou transição do observatório presente para o passado/futuro. A naturalidade de como tudo se transforma é independente, efêmera. Posso ficar calado no rolê e mesmo assim ser efetivo socialmente. Posso que vomitar informação em forma de doutrina, com palavras desconexas e ideias rígidas e causar pouco ou nenhuma transformação.

Ter novas ideias serve para demonstrar uma rede de interconexões, um sistema complexo, uma vida com âmbitos controláveis e uma ordem de domínio do caos. Está ficando claro pra mim como as coisas são emergentes e interconectadas. Entre estruturas e pensamentos, formar uma cultura baseada em comunidade e altruísmo passou a ser um processo de equilíbrio natural. A fluidez, assim como a incerteza e a dualidade, são alguns atributos que podem ser destrinchados da natureza quântica da matéria. Novamente, expresso uma visão utilizando o português como ferramenta.

Vejo o ser humano como algo que foge das competências de uma máquina criada com propósito maior. Reconhecer, criar e viver tornou-se capacidade necessária, um requisito existencial na atual conjuntura social. Quebrar as regras do usual e rotineiro é desafiar os aspectos mais profundos e as vezes até os mais calcificados e enrijecidos.

Aprendi a ouvir e quanto mais treino esta habilidade mais recorrente fica alguns padrões que antes passavam despercebidos. Percebo a biodisponibilidade que alguns possuem para falar, fazer linguagem como um recurso de reação a um estimulo. Hoje sabemos que é apenas uma palavra… Muito tempo depois do inicio, chegou a consciência dos filósofos e psicólogos que a sedução, a divindade da razão (“penso logo existo”) é um erro das causas e efeitos. O poder do falar construiu uma contradição entre o ideal e o real, entre o aparente e o imaginário, e este direito está nos redirecionando a um caminho da estupidez por esquecer de levar em consideração o não pensar, o intuir.

Me surpreendo em conseguir exercer uma função social mesmo sendo e me vendo como um outsider, um peculiar. Me esforço para deixar de crer na gramática como uma imagem translucida do divino. Neste processo crio, pois é um dos jeitos de colocar em movimento uma moral, onde o egoísmo se atrofia; e mesmo assim, me encontro com minha habilidade e liberdade de fazer sentido.

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Fernando Aguilar
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Written by Fernando Aguilar

• • Outputting thoughts as they emerge from inside ••

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