Aquilo que eu gostaria que pessoas assistissem na televisão
A simples e crua realidade.
Documentar a realidade se tornou um problema a partir do momento em que as pessoas esqueceram como é a verdadeira realidade fora do faz de conta e dos remédios antidepressivos. Fatos como riqueza estrema e ficção científica são muito mais valorizados do que a fome e a pobreza extrema. Mas eu não culpo isto aos humanos, culpo à realidade, a tragédia.
É comum querermos escapar dela. É comum fingir que nada existe. O problema se torna grave ao escolhermos o tipo do drama em que consumiremos. Os telespectadores não se interessam em ver aquilo que está ao alcance da mudança. Pois este fato se torna desconfortável. É muito mais facil xingar e julgar aqueles que são impossíveis de mudar. Aqueles que são recorrentes e ainda assim, considerados problemas estratosféricos.
Serei específico no que estou pensando. Hoje assisti um documentário chamado Garapa, no canal Brasil. O documentário retratava a vida de famílias vivendo em situação de miséria no interior do Brasil. O que me chamou a atenção foi o conformismo com que as pessoas tratavam o presente. Não faziam nada para mudar, não se esforçavam para melhorar.
Ou seja, isto retrata a realidade. Isto retrata a verdadeira moral do ser humano. Os que sofrem, são feitos para sofrer. Aqueles que gozam de extrema pobreza são os que de certa forma aspiram aquela vida. É óbvio que uma criança não escolhe nascer em famílias miseráveis. Uma criança não escolhe ser desnutrida ou analfabeta. Atribuo esta culpa aos pais, que intitulados como chefes de família, afogam os problemas na cachaça e roubam objetos da própria casa para que possam vender e conseguir mais dinheiro para o alcool. Atribuo esta culpa à aqueles que escolhem tapar o sol com a peneira, e remediam a doença ao invés de curá-la. Atribuo a culpa àqueles que estão sujeitos à infelicidade eterna da vida. Atribuo a culpa a nós, a eles e ao universo.
É simplesmente impossível obter justiça em um universo repleto de injustiça. Estrelas gigantes com 50x o tamanho do sol, planetas com o dobro do tamanho da terra. A lua inalcançável aos pássaros. Vida justa inalcançável ao homem. Estamos em nossa natureza ao sentir o desconforto da realidade. Estamos em nossa natureza ao sentir a injustiça da sincronicidade.
Escolhemos nosso destino ao realizar que podemos traçar diversas rotas para onde está sendo criada a direção do futuro. Mas antes, é necessário compreender que a fatalidade da vida não se pode ser alterada ou nem compreendida. É inevitável e indiscutível, existe, acontece. O que me intriga é o fato de fatos como este não serem retratados ou ao menos conhecidos pela população com poder de decisão. Mas este assunto não cabe a mim mudar pois sou apenas mais um indignado com a vida, compreendo que sou responsável pela minha vida e nada mais. O meu destino está em minhas mãos, o seu é de sua responsabilidade única.
De qualquer jeito, gosto do fato que alguns realmente conseguem fazer o mundo melhor para muitos. Quero fazer parte deste seleto grupo de impactantes um dia. Estou trabalhando e me esforçando diariamente, para que no futuro possamos compartilhar de mais amor coletivo, mais conhecimento e mais conexões com a natureza social do ser que somos. A minha energia é clara e específica. Amo quem sou, me compreendo, me aceito, aceito o mundo e deixo-o apenas ser o mundo. Não cabe a mim fazer o papel de Deus, a mim cabe somente apreciar e desfrutar do papel que me foi dado por este.